{Resenha} O menino do pijama listrado

by - março 07, 2015

Olá, aventureiros!

    Sabe aquele livro que, logo que você começa a ler, se pergunta: "Por que não li antes?" Pois bem, O menino do pijama listrado, do John Boyne, é um livro desses. Estava na minha lista há bastante tempo, mas sempre comprava outros na frente. Até que um dia, fui em uma livraria da minha cidade e dei de cara com ele e disse: "É agora!".
    Aí vocês me pergunta se eu assisti ao filme. NÃO, gente! Não gosto de assistir filmes baseados nos livros que quero ler antes de lê-lo (mas assisti assim que terminei de ler O menino do pijama listrado).
    Esse livro é emoção do início ao fim! Bem, vamos para a resenha.



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   Bruno é filho de uma família importante em Berlin. Melhor dizendo, é filho de um dos mais importantes aliados de Hitler (mas a família esconde isso dos filhos). Bruno é irmão de Gretel, uma mocinha que acabara de entrar na pré-adolescência, o que fazia dela um Caso Perdido, segundo o irmão.
    Um dia, Bruno chega em casa e se depara com uma movimentação estranha, onde os empregados e a mãe encontravam-se guardando as coisas para uma mudança. Era isso que aconteceria. Eles iriam sair de uma casa confortável e agradável de três andares em Berlin para ir até Haja-Vista (supostamente para fazer referência a Aushwitz, uma vez que o menino não conseguia pronunciar essa palavra), pois o pai de Bruno e Gretel havia recebido uma promoção no trabalho com Hitler.
    Como Bruno ficou triste... teria que deixar a casa que amava e seus amigos: Karl, Daniel e Martin.
    Quando chegaram à nova casa, era tudo diferente: o lugar não era divertido, não havia crianças brincando na rua, a casa era pequena e desconfortável... Da janela do quarto de Bruno era possível ver uma grande cerca de arame para separar ambientes. Para Bruno, aquilo era uma fazenda (sabemos que o lugar era um campo de concentração nazista e que quem habitava o local não eram fazendeiros ou camponeses, mas judeus que foram capturados pelo regime nazista).
     Para se livrar do tédio, Bruno decide fazer um balanço com pneu e corda. O menino se distrai e cai. Até que um senhor que trabalhava descascando legumes para a família de Bruno e vestia um pijama listrado o ajuda, fazendo o curativo. Bruno chega a perguntar se ele era médico e, para a surpresa de Bruno, Pavel diz que já foi médico antes de chegar a Haja-Vista (aquilo parecia ser impossível para o menino).
      Um dia, Bruno decide andar pela floresta até que encontra a cerca de arame. Até que viu algo (ou alguém). 
"Na verdade era um menino. Bruno já havia lido muitos livros sobre exploradores, o suficiente para saber que nunca se sabia o que se poderia encontrar. Na maioria das vezes eles encontravam alguma coisa interessante que estava lá, cuidando da própria vida, esperando pra ser descoberta (como a América). Outras vezes descobriam algo que deveria deixar em paz (como um rato morto no fundo do armário)." (pág. 95)

      Atrás da cerca tinha um menino chamado Shmuel. No braço, ele tinha uma braçadeira com uma estrela, símbolo do judaísmo.

   Bruno diz que seu pai também tinha um símbolo no uniforme, vermelho e preto e que para ele era bem bonito (símbolo do nazismo).
"'Meu pai também usa uma', disse Bruno. 'Em seu uniforme. É bem bonita. É de um vermelho brilhante, com um desenho branco e preto feito por cima.' Usando a ponta do dedo ele reproduziu o outro desenho na poeira do chão do seu lado da cerca." (pág. 113)


       Os dois ficaram amigos. Bruno não entendia o porquê de Shmuel não poder sair para brincar; então ele ia visitá-lo todo dia e levava comida para seu novo amigo.
        No decorrer da história, chega um dos dias mais importantes para a família de Bruno, quando O Fúria iria visitá-los (na verdade, iria ter uma reunião com o pai de Bruno).
   "O Fúria era bem mais baixo que o pai, e não tão forte quanto ele, supôs o menino. Seu cabelo era escuro, cortado bastante curto, e ele tinha um pequeno bigode - tão minúsculo que Bruno se perguntava por que ele não o cortava, ou se não teria se esquecido de uma parte quando fazia a barba [...]." (pág. 108)
       Bruno sempre gostou de explorar. Quando crescesse dizia que seria um famoso explorador! Por conta disso, Shmuel pediu ajuda para o amigo: seu pai havia "sumido". Ele precisava e queria encontrá-lo. Bruno pediu então que Shmuel providenciasse um pijama e ele traria uma pá para cavar um buraco e passar para o outro lado da certa. As crianças não faziam ideia do que estava por vir...
      Uma agitação começou. Soldados queriam todos marchando em direção à um cômodo escuro... e os amigos foram... o que acontece com Shmuel e Bruno? Terão que ler a obra de John Boyne (porque acho que me empolguei e contei até demais rsrs). É surpreendente, é de se arrepiar e mexer com nossas emoções!


Opinião

       Aventureiros, que livro! Como professora de História, não sei como não li esse livro antes! É claro que é um livro para todos, mas eu realmente precisava ter lido antes. 
        Paramos para pensar na pureza das crianças. Ali, nem Bruno e nem Shmuel sabiam que deveriam ser inimigos (até tentaram dizer isso para Bruno, mas ele não conseguiu se afastar do amigo). Um judeu e um nazista... amigos? Na história, essas duas crianças conseguiram unir os "dois lados", sem intriga, nem briga. Pelo contrário. Eles brincava, conversavam...
    Campo de concentração nazista, Hitler, Aushwitz, câmara de gás, perseguição aos judeus, Segunda Guerra Mundial... tudo isso escrito em um livro através de uma emocionante narrativa. Confesso que me emocionei do início ao fim (chorei demais, ainda mais quando foi chegando ao final do livro).

Indico a todos! Quem não leu, leia! 

Por: KELLY COMINOTI RAMOS




 

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